quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

eu não me gosto assim. perdida, sem graça.
eu não consigo ser sem saber mais o que esperar.
agora eu sei fingir, consigo enganar.
minha máscara sorridente está polida e em uso.
mas por dentro eu sou apenas cacos quebrados, ainda ferindo.
as lágrimas, velhas conhecidas, voltaram hoje em visita agora esporádica,
mas com a intensidade de uma onda violenta e dolorida.
dói. dói e eu quero saber quando acaba.
é uma certa mistura de sono com vazio. a novidade aqui é o sono e a certeza do que eu realmente preciso mas nunca vem. um dia de cada vez, um passo de cada vez e o que era pra estar mais perto, parece cada vez mais distante e a mesma pergunta continua repetidamente:
falta muito?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

start of something?

eu não acredito muito nessa história de que alguém-em-algum-lugar-está-pensando-em-você.
não acho que exista alguém pensando em mim agora, muito embora eu queira que esteja.
e o que faz da história toda uma ironia é que pra alguém-em-algum-lugar tem eu pensando nele, só esperando um pensamento recíproco e odiando a ideia toda com medo de sair da realidade, querendo manter os pés no chão.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

planejamento

eu me pergunto como será quando minhas palavras se tornarem palavras sem dono.
quando se desprenderem de quem as tem autoria. serão palavras soltas, presas num papel, esquecidas, ditas por ninguém? serão palavras de um fantasma que um dia as sentiu enquanto escrevia?
carregarão elas esse sentimento pesado ou se misturarão com sentimentos de terceiros?

permitirão elas os fazerem entender sua perda de autoria?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Outono

o dia não estava de todo o mal. era um daqueles dias mais bonitos com o céu azul e as temperaturas baixas.
o vento batia, frio, fazendo dançar os cabelos, as folhas das árvores, numa coreografia que parecia ensaiada.
um cenário bonito, diriam os românticos. mas aquele espetáculo de nada lhe servia. sentia-se só. daquele momento esperava que o vento lhe preenchesse o vazio que se instalara. sentia o vento, ouvia os sons ao seu redor. uma orquestra, afinal. encostou-se numa árvore e com um profundo suspiro se pôs a observar o que estava ao redor. fechou os olhos. silêncio.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

minhas palavras encontram-se ausentes em protesto.
protesto por não sentir nada além dum vazio a ser preenchido que não encontra sua ligação chave-fechadura e é tratado erroneamente por aquele que o possui.
e assim foi declarada greve às expressões. estão ausentes por tempo indeterminado. o momento é de tensão, pois encontrar o encaixe perfeito requer paciência - apesar dos gritos de agonia vindos de um interior ferido.
raridade.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

eu preciso das palavras. para expressar a minha dor de expressão relutante.
mas as palavras me fogem ao alcance e minha dor se expande junto ao desespero.
aonde foram as minhas palavras? sufocaram-se junto à agonia de não conseguir externar o que me é interno e velho conhecido.

então apenas permaneço em silêncio. controlando meus olhos lacrimejantes e batimentos sufocados.
e tudo se resume a uma máscara incapaz de revelar um sorriso verdadeiro.
um eu infeliz e sem propósito.
à uma existência a procura da vida.